terça-feira, 28 de agosto de 2012

Gelo ártico sofre degelo recorde

Gelo ártico sofre degelo recorde

Índice é o mais crítico desde que começou a ser medido. Preocupação dos cientistas é que até o final de setembro esse número caia ainda mais

Editora Globo
Estimativa é que, partir de 2016, o verão no Ártico seja completamente sem gelo //Crédito: ShutterStock
Desde que a Nasa começou a monitorar o derretimento de gelo na região ártica do planeta Terra, nunca haviam sido observados índices tão alarmantes. Esse tipo de medição é feito desde 1979. O Ártico fica no Pólo Norte e, para se ter uma noção do clima dessa área, um verão muito quente por lá não irá ultrapassar os 10 ºC. A variação da cobertura de gelo nessa região sempre foi extremamente variável: no inverno ela aumenta e no verão encolhe. Este mês é verão no Hemisfério Norte e uma diminuição já era esperada. Acontece que o ápice do derretimento tradicionalmente acontece em setembro. Isso significa que o índice ainda vai piorar.
Em setembro de 2007, a extensão de gelo marinho era de 4,17 milhões de km² - agora, ainda em agosto, esse número já caiu para 4,10 milhões. É difícil se dar conta do impacto que esses dados podem ter; números imensos como esses não são fáceis de visualizar. Mas os cientistas garantem que o recorde significa uma mudança profunda. Uma outra estatística facilita a compreensão do problema: dos anos 80 pra cá, a camada de gelo ártico ficou 40% mais fina. Quanto mais fina, mais vulnerável.
Essa vulnerabilidade fica séria mesma durante o verão. Anos atrás, alguns especialistas disseram que em 2016, já não seria mais possível ver gelo na região ártica durante a estação mais quente do ano. O que parecia uma hipótese alarmista, agora ganha contornos de realidade palpável – e, o que é pior, provável.
Editora Globo
//Crédito: National Snow And Ice Data Center
O gráfico acima está dizendo o seguinte: a linha cinza mostra a extensão média da camada de gelo do Ártico, durante o verão de 1979 até o ano 2000. A sombra cinza claro indica a margem de erro da medição. O pontilhado verde representa a extensão da camada em 2007, ano do último recorde de derretimento. A linha azul mostra o mesmo dado, só que de 2012. O traço vermelho foi colocado pelo blog Bad Astronomy para indicar que em 2007 o índice foi alcançado quase um mês mais tarde que o recorde atual.
Apesar de se tratar obviamente de uma notícia ruim, tem gente comemorando cada 0,1 ºC a mais nos gráficos de temperatura da região. O derretimento recorde facilita a exploração de petróleo, gás e mineração no local. Além disso, tem navio aproveitando o calor pra ganhar tempo e passar por uma rota ao norte da Rússia que, em outros tempos, era impossível de se navegar. 

FONTE:GALILEU

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