Isso mesmo Cientistas descobrem 'cupins-bomba camicases' na Guiana Francesa
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Robert Hanus/ Université Libre de BruxellesCientistas descobrem 'cupins-bomba camicases' na Guiana Francesa
Especialistas belgas encontraram uma nova espécie de cupim na Guiana
Francesa com uma característica curiosa e que, até hoje, nunca havia
sido documentada. À medida que envelhecem e se tornam menos capazes de
cumprir as tarefas do dia a dia, os insetos desse grupo começam a
armazenar cristais sólidos que produzem uma reação química quando
misturados com outras secreções do animal. Como resultado, seu poder
defensivo aumenta, o que lhes confere grande utilidade para a colônia.
Já se sabia antes que alguns tipos de cupins, para defender sua
comunidade, podem literalmente "se explodir", liberando uma enxurrada de
produtos químicos sobre seus inimigos. Assim, quando confrontados com
uma ameaça à integridade da colônia, estes cupins cometiam suicídio para
defender seu grupo.
No caso dos cupins da Guiana Francesa, explicam os especialistas, a
diferença é que cabe aos insetos mais velhos a responsabilidade do
"suicídio coletivo" frente a uma ameaça. Ou seja, tornam-se camicases,
ou "cupins-bomba", da colônia.
Corrosão letal
"Um estudante de graduação em meu laboratório, Thomas Bourguignon,
estava pesquisando a ecologia comunitária dos cupins e coletando
amostras, quando, de repente, se deparou com algo realmente especial",
disse à BBC o professor Yves Roisin, da Universidade Livre de Bruxelas.
Roisin explica que ao romper partes de seu corpo, os cupins da espécie Neocapritermes taracua liberam substâncias tóxicas que são jogadas sobre os invasores, corroendo seus corpos.
"As secreções tóxicas para a defesa são normalmente armazenados nas
glândulas salivares, mas esta espécie transporta uma 'mochila' com dois
tipos de cristais sólidos do lado de fora do corpo. Quando o cupim
'explode', os dois são misturados para produzir uma substância tóxica
mais potente", afirmou Roisin.
Ainda não se sabe como esses cupins conseguem sintetizar os cristais.
Também é desconhecido se outras espécies deste gênero desenvolveram um
mecanismo semelhante.
"Há cerca de cinco ou seis espécies deste gênero, mas até agora
encontramos a presença de cristais do lado de fora do corpo apenas da
Neocapritermes taracua", disse Roisin.
O estudo foi publicado na revista americana Science.
FONTE: UOL